terça-feira, 6 de novembro de 2007

José de Anchieta

Autores José de Anchieta Papel de destaque na fundação de São Paulo e na catequese dos índios. Iniciou o teatro no BR e foi pesquisador do folclore e da língua indígena. Produção diversificada, sendo autor de poesias líricas e épicas, teatro, cartas, sermões e uma gramática do tupi-guarani. De sua obra destacam-se: Do Santíssimo Sacramento, A Santa Inês (poesias) e Na festa de São Lourenço, Auto da Pregação Universal (autos). Usava em seus textos uma linguagem simples, revelando acentuadas características de tradição medieval portuguesa. Suas poesias estão impregnadas de idéias religiosas e conceitos morais e pedagógicos. As peças de teatro lembram a tradição medieval de Gil Vicente e foram feitas para tornar vivos os valores e ideais cristãos. Nas peças, ele está sempre preocupado em caracterizar os extremos como Bem e Mal, Anjo e Diabo, característica pré-barroca. Obras
A carta de Caminha faz um relato dos dias passados na Terra de Vera Cruz (nome antigo do Brasil) em Porto Seguro, da primeira missa, dos índios que subiram a bordo das naus, dos costumes destes e da aparência deles (com uma certa obsessão por suas "vergonhas"), assim como fala do potencial da terra, tanto para a mineração (relata que não se achou ouro ou prata, mas que os nativos indicam sua existência), exploração biológica (a fauna e a flora) e humana, já que fala sempre em "salvar" os nativos, convertendo-os. "Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!" --Carta de Caminha "Viu um deles [índios] umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo. Isso tomávamos nós por assim o desejarmos" --Carta de Caminha "Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm nem entendem em nenhuma crença" --Carta de Caminha "Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar" --Carta de Caminha A História da Província Santa Cruz a que vulgarmente chamam Brasil é o relato do viajante Pero de Magalhães Gândavo em sua viagem pelo BR. Tal qual no Tratado da Terra do Brasil, Gândavo descreve a terra, flora e a fauna. História, propriamente dita, há pouca em seu relato. Existe a narrativa do descobrimento e menções a vários ocorridos, como a expulsão dos franceses de São Sebastião (cidade do Rio de Janeiro hoje em dia) e a morte do filho de Mem de Sá, assim como fala-se dos costumes e das guerras de povos indígenas. É nesta parte que se destaca o forte preconceito do autor, que sustenta que os índios são maus e que os Portugueses deveriam salvá-los… "Não acho que preciso, mas vou lembrar a todos que os portugueses e espanhóis quando vieram para ca cometeram tantas e tão horríveis atrocidades motivados por ganância cega que a antropofagia dos nativos parece tão horrível quanto esmagar uma formiga." --História da Província Santa Cruz, Pero de Magalhães Gândavo "Esta planta é mui tenra e não muito alta, não tem ramos senão umas fôlhas que serão seis ou sete palmos de comprido. A fruita se chama banana. Parecem-se na feição com pepinos e criam-se em cachos. (...) Esta fruta é mui saborosa, e das boas, que há na terra: tem uma pele como de figo (ainda que mais dura) a qual lhe lançam fora quando a querem comer: mas faz dano à saúde e causa fevre a quem se demanda dela" --História da Província Santa Cruz, Pero de Magalhães Gândavo

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